Que eu seja como a que tece o pano na floresta,profundamente escondida. Que eu possa fazer o meu trabalho sem interrupção. Que eu seja uma exilada, se este é o sacrifício. Que eu conheça a procissão sazonada do meu espírito e do meu corpo, e possa celebrar os quartos em cruz,solstícios e equinócios. Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima,nas árvores desenhadas no céu luminoso. Que eu possa acariciar flores selvagens, cobri-las com as mãos. Que eu possa libertá-las, sem apanhar nenhuma,para viver em abundancia. Que meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio. Que sejamos inocentes e despretensiosos. Que eu seja capaz de gratidão. Que eu saibater recebido a alegria, como o leite materno. Que eu saiba isso como o meu gato, no sangue e nos ossos. Que eu fale a verdade sobre a alegria e a dor,em canções que soem como o aroma do alecrim,como todo o dia e na antiguidade, erva forte da cozinha. Que eu não me incline a auto-integridade e a auto-piedade. Que eu possa me aproximar dos altos trabalhos da terra e dos círculos de pedra,como raposa ou mariposa,e não perturbar o lugar mais que isso. Que meu olhar seja direto e minha mão firme. Que minha porta se abra àqueles que habita em fora da riqueza, da fama e do privilégio. Que os que jamais andaram descalços não encontrem ocaminho que chega a minha porta. Que se percam na jornada labiríntica. Que eles voltem. Que eu me sente ao lado do fogo no invernoe veja as chamas brilhando para o que vier,e nunca tenha necessidade de advertir ou aconselhar,sem que me peçam. Que eu possa ter um simples banco de madeira, com verdadeiro regozijo. Que o lugar onde habito seja como uma floresta. Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poçose árvores e flores, animais e pássaros,todos conhecidos e por mim reverenciados com amor. Que minha existência mude o mundo não mais nem menos do que o soprar do vento,ou o orgulhoso crescer das árvores.Por isso, eu jogo fora a minha roupa. Que eu possa conservar a fé,sempre! Que jamais encontre desculpas para o oportunismo. Que eu saiba que não tenho opção,e assim mesmoescolha como a cantiga é feita,em alegria e e com amor. Que eu faça a mesma escolha todos os dias e de novo. Quando falhar, que eu me conceda o perdão. Que eu dance nua, sem medo de enfrentar meu próprio reflexo.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
O Juramento da Bruxa
Postado por Amarantha Thalvil às segunda-feira, novembro 16, 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário