domingo, 7 de março de 2010

Karma

Carma (Karma) pode ser traduzido literalmente como "ação", "obra" ou "feito" e pode ser descrito como a "lei moral de causa e efeito". De acordo com os Upanixades um indivíduo, conhecido como o jiva-atma, desenvolve sanskaras (impressões) a partir das ações, sejam elas físicas ou mentais. O linga sharira, um corpo mais sutil que o físico, porém menos sutil que a alma, armazena as impressões, e lhes carrega à vida seguinte, estabelecendo uma trajetória única para o indivíduo. Assim, o conceito de um carma infalível, neutro e universal, relaciona-se intrinsecamente à reencarnação, assim como à personalidade, característica e família de cada um. O carma une os conceitos de livre-arbítrio e destino.

O ciclo de ação, reação, nascimento, morte e renascimento é um contínuo, chamado de samsara. A noção de reencarnação e carma é uma premissa forte do pensamento hindu. O Bagavadguitá afirma que:“ Assim como uma pessoa veste roupas novas e joga fora as roupas antigas e rasgadas, uma alma encarnada entra em novos corpos materiais, abandonando os antigos. (B.G. 2:22)”


A samsara dá prazeres efêmeros, que levam as pessoas a desejarem o renascimento para gozar dos prazeres de um corpo perecível. No entanto, acredita-se que escapar do mundo da samsara através do moksha assegura felicidade e paz duradouras.Acredita-se que depois de diversas reencarnações um atman eventualmente procura a união com o espírito cósmico (Brâman/Paramatman).

A meta final da vida, referida como moksha, nirvana ou samādhi, é compreendida de diversas maneiras diferentes: como uma realização da união de alguém com Deus; como a realização da relação eterna de alguém com Deus; realização da unidade de toda a existência; abnegação total e conhecimento perfeito do próprio Eu; como o alcance de uma paz mental perfeita; e como o desprendimento dos desejos mundanos. Tal realização libera o indivíduo da samsara e termina com o ciclo de renascimentos.

A conceitualização do moksha difere entre as várias escolas de pensamento hindu. O Advaita Vedanta, por exemplo, sustenta que após alcançar o moksha um atman não mais identifica a si próprio como um indivíduo, mas sim como sendo idêntico a Brâman em todos os aspectos. Os seguidores das escolas Dvaita (dualísticas) se identificam como parte de Brâman, e, após atingir o moksha, esperam passar a eternidade num loka (céu), na companhia de sua forma escolhida de Ishvara. Assim, diz-se os seguidores do Dvaita desejam "provar o açúcar", enquanto os seguidores do Advaita querem "se tornar açúcar".

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