quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Deusa Tríplice



"Cada vez que oramos para a Deusa, para mais perto que nós a trazemos, e quanto mais ela se aproxima, mais descobrimos que, na verdade, ela nunca esteve em outro lugar."

A Deusa em mim habita em suas três diferentes formas:



Quando a Lua cresce no céu, sou Ártemis dos bosques.
Busco os caminhos virgens e neles mostro minha força em cada ramo.
Sou Ártemis quando busco os montes e anseio por novos rumos, quando repudio os limites e não existe o medo.
Sou Ártemis quando me lanço sem amparo do cume feito com todas as pedras, que tentam, inúteis, bloquear meus atos deliciosamente insanos.
Assim sou Ártemis.



Quando no céu a Lua é cheia, sou Deméter de coração e olhos.
Busco o amor imensurável e ofereço aquele que habita em meus infinitos braços.
Sou Deméter quando procuro meu filho em cada ser, quando quero ser Ave Mãe e ninho em um só tempo.
Sou Deméter quando meu colo se torna porto e suplica dolorosamente, pelo lançar de âncoras de todas as embarcações.
Assim sou Deméter.



Quando a Lua míngua, sou Hécate de toda a escuridão.
Busco a linguagem da alma e descubro ser mesma tudo aquilo que me ameaça.
Sou Hécate quando a solidão importa e quando o fim torna-se causa e razão.
Sou Hécate quando penso na morte e encontro o que sou antes de tornar-me outra.
Assim sou Hécate.


E assim a Deusa habita em mim,
em suas três diferentes formas.

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